terça-feira, 25 de agosto de 2015

Sobre a Aceitação


Recebi uma mensagem da amiga Celia Zoccarato sobre Aceitação. E desde então fiquei pensando sobre o tema. Esse sempre foi um tema difícil para mim. Não pelo entendimento lógico e racional da palavra mas de ter que aceitar a Aceitação. Porque fui educada a lutar pelo que eu quero, a buscar e abrir o meu próprio caminho, a acreditar na força do meu pensamento e da minha vontade.  A aceitação sempre me remetia  à passividade. Afinal como saber a hora de parar e reconhecer o tempo de espera? Sempre tive medo do comodismo, de dormir demais, de sonhar demais.

Aceitação, enfim, implica em crer , já que  por maior que seja o nosso esforço , existe um tempo para acontecer,  amadurecer e dar frutos.  Exige tomar conhecimento do processo, compreender o ritmo, refletir e aceitar. Pra não perder o time.

Gosto das palavras de  Roberto Crema:

Aceitação não é conformismo, que fique bem claro! Trata-se de alinhamento com a realidade. Para a transformação é necessário  render-se  ao que é. Não está ao alcance dos despreparados. Só os que confiam, que aceitam o que são e o que é.

Quando aceitamos o que estamos sendo, inclusive o nosso lado sombrio, nos fazemos inteiros. Este processo de inteireza pessoal gera um transbordamento de energia que nos impulsiona adiante, para a superação dos impasses e transposição dos obstáculos. Quando nos aceitamos nos transcendemos, naturalmente. 

Apenas quem aceita a sua condição de ser prisioneiro, capacita-se para empreender algum caminho, sempre árduo, de libertação. Apenas quem  aceita a responsabilidade  sobre sua vida, e deixa de ser vítima das circunstancias, se torna capaz de  enfrentar e transformar esse destino e seu contexto.

Carl Rogers postulava que a pessoa dotada das capacidades de aceitação incondicional do outro, empatia e congruência pessoal é facilitadora de mudanças .  

No meu trabalho de coaching, que tem como base a Antroposofia e a construção da narrativa biográfica, estudo as variáveis que influenciam a vida de uma pessoa em sua trajetória na vida.  Assim como existem características que nos constituem , como nossa hereditariedade genética,  ou nosso temperamento, também é verdade que somos dotados de capacidades  de transformar e reescrever a nossa estória.

Mas  aceitar não é fácil. Implica em conhecer nossos limites. E passa pela Auto Aceitação, que  é o primeiro passo para aceitação do outro. Quem se aceita abre-se naturalmente para aceitar o semelhante e os fatos. Torna-se íntegro, inteiro. Abre um espaço inteligente de compreensão. Faz-se agente facilitador da cura e da individuação ( seja lá em que nível de atuação esteja: psíquico, religioso, político, social, terapêutico)

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